OUTONO ou PRIMAVERA ... que traga a Paz mundial
Canção de Outono
No entardecer da terra,
O sopro do longo outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.
Soergue as folhas, e pousa
As folhas volve e revolve
Esvai-se ainda outra vez.
Mas a folha não repousa
E o vento lívido volve
E expira na lividez.
Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E mesmo o que hoje sou
Amanhã direi: quem dera
Volver a sê-lo! mais frio.
O vento vago voltou.
FERNANDO PESSOA, poeta português (1888-1935), poema publicado em 1922
no semanário "Ilustração Portuguesa", nº 833.
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi para cantar!
FLORBELA ESPANCA, poetisa portuguesa (1894-1930), versos do poema "Amar",
in “Sonetos”, Livraria Bertrand, 1980
Luís, obrigada pelo miminho outonal. Lindo!
Voltei, para desejar a quem visita este "jardim" um
Outono ameno ou, se for o caso, uma
Primavera florescente.
Beijos e Abraços.
Boa semana!