25 junho, 2022

Pétala nº 3556

blues da morte de amor (excerto)

"já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha querida.
mas afinal não morri, como se vê, ah, não, 
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz, 
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes, 
ah, sim, pela noite dentro, minha querida."

VASCO GRAÇA MOURA, escritor, tradutor e político português (1942-2014), in "Poemas escolhidos", Bertrand Editores, 1996


7 comentários:

  1. A nossa vida é uma flor que vai murchando e cada pétala caída um ano mais que se acrescenta à nossa sabedoria.(experiência de vida)
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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  2. Um poeta que deveria ter ficado apenas pela poesia.
    Um abraço.

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  3. Um poema sublime de Vasco Graça Moura. Que me identifico com ele na sua plenitude.

    Excelente pétala, amiga Teresa!
    Feliz sábado.

    Beijinhos!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  4. Os poetas (alguns poetas)
    confundem a paragem cardíaca
    com a exaltação da vida

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  5. Excelente pétala!
    Um brande poema de um grande autor!
    Beijo.

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