03 março, 2021

Pétala nº 3201

Solidão em tempo de adolescência: pode não matar, mas dói
(…) A solidão acontece mesmo sem isolamento social e tem uma dimensão subjetiva que reflete a forma como as pessoas percebem a sua vida social. Nos relacionamentos sociais, quando o que temos é menos do que o que desejamos, a solidão emerge. 
Sendo uma experiência emocional negativa, está associada a sentimentos de falta, de vazio, de desligamento, que muitas vezes parecem mais intensos do que aquilo que é suportável. Neste sentido, a solidão dói e remete aqueles que a sentem para uma condição de profunda infelicidade, de recolhimento sobre si próprio, de vazio e desesperança. (…) 
Adolescentes que sofrem de solidão têm menos possibilidades de serem aceites socialmente. Não se enquadrando naquilo que os pares consideram um comportamento normativo, estão mais sujeitos à rejeição, à exclusão e até à vitimização. Na saúde pode conduzir a uma desregulação do sistema imunitário, tornando estes adolescentes mais vulneráveis a contrair doenças. É ainda mais provável que iniciem comportamentos prejudiciais como o tabagismo, consumo excessivo de álcool e de drogas, obesidade e problemas de sono. A solidão está ainda associada e é preditora de sintomatologia depressiva, com a possibilidade de ocorrerem ideias de suicídio. (…)"

Excerto do Artigo de Opinião “Solidão em tempo de adolescência: pode não matar, mas dói", de OLÍVIA RIBEIRO, investigadora do WJCR do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, publicado no jornal «Público» de 30 Agosto 2020

11 comentários:

  1. Li e reli ficando em reflexão. Um texto fantástico, assertivo, fascinante de ler. O meu aplauso e elogio.
    Cumpts

    ResponderEliminar
  2. É tão real o que aqui está escrito. A solidão, tão subjetiva e tão incisiva.

    Obrigada por me dar a ler um texto fantástico.

    Um beijinho e resto de boa semana.

    ResponderEliminar
  3. Um texto extraordinário que devia ser lido por todos os pais.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
  4. Cada vez mais se sofre de solidão! Gostei do texto
    *
    Coisas de uma Vida
    *

    Beijos e um dia feliz

    Hoje também estou aqui » Sempre Miúda

    ResponderEliminar
  5. Como nunca sofri de solidão, não posso responder pela experiência; mas pela razão, concordo plenamente com a pétala enorme de hoje 🌿

    ResponderEliminar
  6. Um texto muito pertinente e assertivo.
    Neste tempo que estamos a viver, ainda mais nos obriga a refletir sobre esta realidade.

    Excelente texto de reflexão!

    Obrigada, amiga Teresa, pela partilha.

    Ótima quarta feira!

    Beijinhos!

    ResponderEliminar
  7. Neste chão cobertinho de pétalas, parecendo que um vento forte " depenou" por completo as flores nota-se uma tristeza profunda, Amiga.
    E não é para menos...além de ter deixados as pobrezinhas das flores nuas, tornou os nossos dias ainda mais deprimentes e, então as crianças, nem é bom falar...
    Assunto triste e olha...eu ainda não estou " piradinha ", mas não faltará muito....
    Um abracinho daqueles longos e apertados, já que estou impedida de os dar a quem está perto de mim.
    Saúde, Amiga, principalmente a mental, pois a fisica é mais fácil de tratar
    Emilia

    ResponderEliminar
  8. Teresa,
    Este texto vem ao encontro de uma conversa telefónica que tive com uma amiga que tem uma filha adolescente. Ela queixava-se exatamente deste problema que está a afectar à filha e logicamente toda a família.
    Nesta altura todos estamos a sofrer de solidão, mas os mais jovens e os mais velhos são os mais penalizados.
    Nada mais será como dantes, esta é que é, a verdade maior.

    Um beijinho e obrigada pela partilha.

    ResponderEliminar
  9. Um grito que nos alerta para a necessidade de estarmos sempre atentos aos filhos.
    Beijo

    ResponderEliminar
  10. Bem pertinente e um alerta a ter em conta!!! Bj

    ResponderEliminar
  11. Ótimo texto Teresa! É preciso muito cuidado e sensibilidade ao lidar com os jovens sobre este tema, é um tempo que jovens não querem muito papo e aí é que mora o perigo.
    Abração, boa semana!

    ResponderEliminar