“Felizes os amados e os amantes e os que podem prescindir do amor.
Felizes os felizes.”
(Jorge Luis Borges)
"Um casal é a coisa mais impenetrável do mundo. Não conseguimos compreender um casal, nem mesmo quando fazemos parte dele."
“Dois seres vivem lado a lado e a imaginação de cada um diariamente os afasta de forma cada vez mais definitiva.”
“Despedimo-nos das pessoas com uma graçola pateta, rimo-nos no patamar da escada, no elevador o gelo instala-se de imediato.
Devia um dia estudar-se este silêncio noturno, típico das viagens de carro nos regressos a casa, após se ter exibido a felicidade à frente do público, um misto de arregimentação e de mentira autoinfligida.”
Frases de YASMINA REZA, escritora francesa (1959-), in “Felizes os felizes”, Ed. Quetzal, 2014
(Publiquei esta pétala no "Rol de Leituras", no dia 22 de Janeiro de 2019.
Partilho-a hoje no "Pétalas de Sabedoria", juntamente com algumas palavra sábias deixadas em simpáticos comentários. Tudo continua lá, mas pode ser lido AQUI.
"Após se exibir como pavão aos estranhos o ser humano se depara com o gelo da indiferença de si mesmo pelo fato de não se amar o suficiente... pelo gelo dos que mais ama... pelo gelo dos que lhe cercam de um modo geral..."
R: Deitadas fora as máscaras volta intacta a mentira vivida a dois.
"Exibe-se uma felicidade aparente. Depois instala-se um silêncio demasiado ruidoso que gela o coração. E pensa-se no amor como se de uma fraude se tratasse e um frio imenso nos rodeasse as mãos cheias de mendicidade."
R: Actores no palco da vida...
"E às vezes o silêncio é tão ruidoso que quase nos ensurdece."
R: Há silêncios que doem e dilaceram corações.
"... depois de momentos de grande folguedo há essa reacção depois com os que nos são mais chegados. Será dos espaços confinados, ou porque com esses já não é preciso fingir."
R: ... a felicidade fingida exibida em público a desarmonia «gelada» em privado.
"... nem sempre significa que a vida a dois vai mal, mas não deixa de ser triste esse «gelo»... perdeu-se o hábito de perguntar um ao outro como foi o dia, já não achamos necessário dizer que o amamos e não temos coragem de lhe dizer que precisamos de atenção, que sentimos falta de afectos."
"... o ser humano é um turbilhão de emoções, um dia é pura felicidade, no outro se esfacela de amargura. Quanto aos casais, torna-se o próprio inferno, pela intimidade que compartilham."
R: Silêncio doloroso, felicidade falsa, amarga caminhada a dois.